Imigrantes e Refugiados Empreendedores Batem Recorde de MEIs Ativos em 2025

Brasil alcança 85 mil MEIs estrangeiros formalizados. Venezuelanos, bolivianos e colombianos estão entre os principais empreendedores.

O Brasil atingiu um marco histórico em 2025 com mais de 85 mil Microempreendedores Individuais (MEIs) estrangeiros ativos. Segundo dados oficiais, esse número representa um crescimento de 11% em relação ao ano anterior e quase o dobro comparado a 2019. O aumento mostra como o empreendedorismo tem sido uma porta de entrada digna e produtiva para quem busca recomeçar no país.

Os estrangeiros formalizados refletem uma tendência em alta, impulsionada por políticas de acolhimento, programas de capacitação e o desejo de autonomia econômica por parte dos imigrantes. O MEI surge como uma solução simples, acessível e legal para gerar renda e atuar no mercado brasileiro.

A grande maioria desses empreendedores vem da América do Sul. Venezuelanos lideram o ranking, com 17,8 mil MEIs ativos, seguidos por bolivianos (11,9 mil) e colombianos (8,7 mil). Também há destaque para haitianos, peruanos, uruguaios e cubanos, além de portugueses que, embora europeus, também buscam no Brasil novas oportunidades de negócio.

A região de Roraima se destaca por ter a maior proporção de MEIs estrangeiros do país, com quase 10% de seus registros. O estado é porta de entrada para muitos venezuelanos, o que explica sua liderança. Já em termos absolutos, São Paulo concentra quase 33 mil MEIs estrangeiros, seguido por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

As atividades mais exercidas por esses empreendedores refletem setores de entrada rápida no mercado: comércio de roupas e acessórios, confecção de vestuário, serviços de beleza e ensino (reforço escolar, idiomas e outros). São áreas que exigem baixo investimento inicial e têm alta demanda, permitindo ao imigrante começar com poucos recursos.

Para se formalizar como MEI, o estrangeiro precisa apresentar documentos válidos de residência no Brasil, como a Carteira Nacional de Registro Migratório (CRNM) ou Protocolo de Refúgio emitido pela Polícia Federal. Com esses documentos em mãos, o processo pode ser feito online pela plataforma do governo, garantindo acesso ao CNPJ, emissão de notas fiscais, aposentadoria, licença-maternidade, e outros benefícios.

Além disso, iniciativas como a plataforma Refugiados Empreendedores, criada pela ONU com apoio do Sebrae, oferecem apoio prático, visibilidade e conexão com o mercado. Hoje, a plataforma reúne mais de 160 negócios liderados por refugiados e imigrantes que estão gerando impacto real na economia local.

Apesar dos avanços, os MEIs estrangeiros ainda enfrentam desafios importantes, como a barreira do idioma, desconhecimento das obrigações contábeis e tributárias, e dificuldade de acesso a crédito. A presença de contadores capacitados, consultorias voltadas ao MEI e programas de inclusão são fundamentais para o sucesso desses novos empreendedores.

Por isso, nós da Contabiliza MEI reforçamos nosso compromisso em orientar todos os MEIs, Brasileiros ou estrangeiros, para que possam empreender de forma segura, com tranquilidade tributária e apoio na regularização. A formalização é o primeiro passo — e contar com orientação contábil correta é o que garante que esse passo leve ao crescimento.